Leopoldinense vira referência no Brasil na manutenção de paragliders
LEOPOLDINA
Publicado em 26/09/2018

 

Túlio Subirá Coutinho fez o seu primeiro voo duplo aos cinco anos de idade, acompanhado de seu pai Luiz Geraldo ‘Lalado’ Coutinho, responsável por implantar e incentivar a prática de paragliders em Leopoldina.  Atualmente, com 23 anos, é considerado um dos pilotos mais técnicos do Brasil.

A reportagem do jornal Leopoldinense foi conhecer de perto o trabalho desse leopoldinense que vem fazendo sucesso como piloto e como empreendedor no segmento de manutenção dos paragliders, atendendo à demanda do mercado nacional.

Como surgiu o gosto por esse esporte?

Sou neto do professor de educação física Getúlio Subirá e filho do Lalado [Luiz Geraldo Coutinho]. O meu pai foi o responsável por implantar a prática de voo livre em Leopoldina. Como comerciante, recebeu a visita de um vendedor de alho chamado Eller, de Caratinga, que o convidou para subir o Morro do Cruzeiro, constatando que lá havia ótimas condições de voo.

Desde criança acompanho o meu pai nessa atividade esportiva. Minha mãe comenta que tinha que levar mamadeira para mim na rampa. O meu primeiro voo duplo foi com cinco anos e daí me apaixonei e até hoje não larguei.

Recentemente você conquistou mais um título importante em sua carreira, conte-nos um pouco sobre este torneio.

Participei do Campeonato Capixaba de Voo Livre, realizado nos dias 08 e 09 de setembro, em Pancas (ES), que fica ao lado do Parque dos Pontões. É um dos locais mais lindos que conheci. O Campeonato de Racing consiste em uma corrida aérea, temos uma trajetória virtual (GPS). Os pilotos ficam aguardando a largada e, quando chega o horário, todos saem na mesma direção. Eu fui o vencedor dessa etapa do Campeonato Estadual.

Elenque as conquistas que teve como piloto de parapente.

Além de algumas conquistas, sou recordista em distância nas rampas de Leopoldina, Astolfo Dutra e Guidoval. Além disso, mantenho o recorde da Zona da Mata Mineira.

Relação de títulos: 

2013 – 2º lugar Carnafly
2013 – 3º lugar no Campeonato Mineiro
2013 – 3º lugar no Open Zona da Mata
2013 – 4º lugar no Campeonato Capixaba de Castelo
2014 – 2º lugar no Campeonato de Machados
2014 – 2º lugar no Carnafly
2015 – 1º lugar no Carnafly
2016 – 6º lugar no Open Pirapanema
2016 – 1º lugar no Campeonato de Governador Valadares
2017 – 1º lugar no Campeonato de Machados
2017 – 1º lugar no Open Muriaé
2018 – 5º lugar no Campeonato Paulista de Andradas
2018 – 1º lugar no Campeonato Capixaba de Pancas
 
Quais são suas perspectivas como piloto?

Para os próximos anos estarei focado em competições e Cross Country – os voos em longa distância são os meus preferidos. No próximo mês, por exemplo, vou integrar a uma equipe que pretende voar 500km em um dia, saindo do Ceará com objetivo de cortar três Estados e pousar no início da Floresta Amazônica, onde começa a ficar mais úmido e difícil de passar. Nossa intenção é ultrapassar os 560km e estamos com boas expectativas para passar dos 500km – que já é um feito histórico – não existem dez pilotos que tenham feito isso no mundo.

Já para o ano de 2019 pretendo focar totalmente nos campeonatos nacionais, mas para isso, precisamos fazer um planejamento para obter o apoio necessário para viabilizar a nossa participação.

Como surgiu o convite para participar dessa expedição?

O convite partiu do Francisco Alencar (Ceará) e do André Modelo, que foi campeão brasileiro. Eles estavam em Leopoldina e, num bate papo descontraído em minha casa, recebi o convite.  

Você montou um galpão em Leopoldina para assistência técnica em parapentes. Conte-nos um pouco sobre esse trabalho.

Quando conclui o ensino médio, fui convidado a trabalhar em Santos (2002 a 2003), litoral de São Paulo, numa fábrica de parapentes. Já detinha um conhecimento sobre manutenção, pois sempre fui muito curioso nessa área, inclusive, desenvolvi pequenos equipamentos remotamente pilotados, utilizando controle remoto.

Nessa fábrica que trabalhei, aprendi muita coisa. Infelizmente o proprietário faleceu e tive que retornar para Leopoldina, onde fiquei uma temporada focado em treinos e competições. No ano de 2015, resolvi trabalhar com manutenção na minha casa, consertando equipamentos para alguns amigos.

Hoje você atende os principais pilotos de competições do Brasil, como ficou conhecido?

Foi uma divulgação boca a boca. A demanda cresceu tanto que eu já não tinha mais espaço em casa para guardar os equipamentos, daí tive que construir essa estrutura no fundo da casa de meu saudoso avô Getúlio, no bairro Mina de Ouro.

Hoje atendo pilotos do Brasil inteiro. Antes das competições, eles mandam os seus equipamentos para fazer a trimagem, que consiste na regulagem do equipamento, para ele estar voando no melhor ângulo de ataque e ter melhor performance.

Qual o nome da empresa e que tipo de serviço é realizado?

O nome é Adventure Planet e realizamos manutenção em parapentes de pilotos espalhados por todo o território nacional, além de prestarmos serviços para as principais marcas como a Windtech, BGD - Bruce Goldsmith Design, Macpara, Little Cloud e Flow, sendo que  nessa última, trabalhamos em parceria no desenvolvimento de equipamentos e onde também sou piloto de teste.

Na Adventure Planet realizamos vários testes para saber se o equipamento está apto para voar. No porosímetro medimos a quantidade de ar que está passando pelo tecido, verificando se está bom e seguro para voos – é o principal teste de segurança; na revisão fazemos teste das linhas, a trimagem, que verifica a performance mas, principalmente, visa a segurança. Enfim, colocamos o equipamento no padrão de homologação, pois antes de ir para o consumidor, tem que estar de acordo com as normas europeias.

Túlio presta assistência para as principais marcas mundiais de paraglider.

É considerado um dos pilotos mais técnicos do país.

 

Fonte: Jornal Leopoldinense

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