Empresa de festas de formatura é alvo de ações judiciais em Juiz de Fora; universitários alegam desvio de R$ 200 mil
REGIÃO
Publicado em 07/12/2024

 

A empresa Phormar Formaturas e Eventos Ltda. está sendo alvo de ações judiciais após turmas de faculdades de Juiz de Fora denunciarem irregularidades na gestão financeira de fundos de formaturas.

Em nota, a empresa disse que não tem acesso às contas dos fundos de formatura e que as retiradas são feitas somente com autorização da comissão de formatura ou com um cheque assinado pela mesma. No entanto, na quinta (5), a Phormar fechou as portas informando que vai voltar ao expediente na segunda-feira (9), dia em que também anunciou que vai se pronunciar. 

 

Segundo Lucas Vaz, advogado de um grupo de alunos do curso de Medicina de uma faculdade particular da cidade, um dos processos tramita na 3ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora e tem o objetivo de obter a devolução de valores que teriam sido retirados ilegalmente pela empresa de uma conta da turma, da qual a Phormar também teria acesso após a assinatura de uma procuração para poder utilizá-la."De acordo com a petição inicial, o valor em questão é de aproximadamente R$ 200 mil", explicou o advogado, que representa a turma XXXIV de Medicina da Suprema.

 

Ainda conforme a denúncia, as irregularidades neste caso começaram em março deste ano, quando ocorreram as primeiras transferências. Já em outubro, foi realizado um saque de valor mais elevado, o que levou o grupo a buscar entender o que estava acontecendo. No mês seguinte, em novembro, outras duas transferências quase zeraram a conta, além de a Phormar, segundo o advogado, não ter devolvido uma parte da quantia. Os acontecimentos geraram uma reunião presencial com os proprietários da empresa, além de uma notificação extrajudicial e o ajuizamento de uma ação judicial após a turma exigir a devolução integral do dinheiro até segunda-feira (2), o que não foi cumprido.

 

Também foi cancelada a procuração para impedir que eles mexessem na conta criada pelo grupo. Agora, todo boleto que entra é acessado exclusivamente pela comissão de formaturaO estatuto da comissão informa que é necessária a autorização do presidente, tesoureiro ou vice-presidente para realizar qualquer tipo de movimentação, além de exigir a explicação sobre o destino do dinheiro, o que, segundo eles, não ocorreu.

De acordo com apuração do g1, o grupo, composto por mais de 50 alunos, fez contrato com a empresa em outubro de 2021 e pagava uma mensalidade de cerca de R$ 300 cada. Na época, foi criada uma conta pela Phormar para guardar parte do dinheiro, enquanto o grupo abria outra para 'controlar' a arrecadação. No entanto, os integrantes da comissão nunca tiveram acesso à primeira, feita pela empresa.

 

 

Outros cursos e mais denúncias

 

Outros fundos de formatura da Faculdade Suprema e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ficaram atentos quanto às movimentações e também estariam enfrentando problemas de falta de transparência e possíveis irregularidades na gestão financeira da Phormar. Denúncias feitas de forma anônima ao g1 revelam que há turmas constatando desvios superiores a R$ 700 milA reportagem entrou em contato com presidentes das comissões de formatura dos cursos de Medicina e Direito da UFJF e também da Suprema, mas eles informaram que foram orientados juridicamente a não fazer declarações sobre o caso.

 

Processos na justiça solicitam bloqueio de valor

 

O advogado Lucas Vaz, que também está representando outros fundos de formatura em processos contra a Phormar, informou que já conseguiu o deferimento de uma tutela de urgência para que o valor exato retirado de cada turma fosse bloqueado nas contas da empresa.

Entretanto, segundo Lucas Vaz, o representante da Phormar informou que as contas estão bloqueadas, o que está impedindo a devolução de valores e realização de festas. O advogado, que não citou todas as turmas que representa, explicou que não houve pedido na justiça de bloqueio de contas, mas a penhora do valor que deve ser devolvido. "Foi solicitado um bloqueio específico do valor e não o impedimento de utilização das contas, como o representante da Phormar estaria afirmando", diz o profissional.

 

Além disso, ele pede a prestação de contas detalhada sobre todas as movimentações financeiras realizadas dos fundos de formatura que representa.

 

O que diz a Phormar?

 

"Sobre as supostas denúncias, informamos que a Phormar não tem acesso às contas dos fundos de formatura. As retiradas são feitas somente com autorização da comissão de formatura ou com um cheque assinado pela mesma, para pagar, por exemplo, fornecedores e eventos realizados por eles antes da formatura (festa de meio de curso, de final de período, etc.)
Temos uma situação pontual de uma solicitação de resgate de rendimentos de um fundo com vencimento para março de 2025 e que já está sendo resolvida. Afirmamos que não houve nenhum tipo de saque indevido nesta e em outras contas dos nossos clientes.
Reforçamos que a Phormar está de portas abertas normalmente e não deixamos de entregar nenhum evento nesses 28 anos de empresa, que sempre zelou pela sua reputação prezando pela ética e transparência".

 

Fonte: G-1 Zona da Mata

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