Mulher engana Exército e leva R$ 7 milhões em pensão de filha solteira
BRASIL
Publicado em 11/10/2024

 

Uma mulher usou documentos falsos para enganar o Exército e receber indevidamente uma pensão militar de filha solteira por mais de três décadas. Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, hoje com 55 anos, entregou à Força uma certidão de nascimento fraudada, se passando por filha de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, para ganhar o benefício.

Entre outubro de 1988 e maio de 2022, Ana Lucia Galache recebeu R$ 3,7 milhões em pensão militar. Isso equivale a R$ 7,2 milhões em valores corrigidos.

A mulher contou com a ajuda da avó, Conceição Galache de Oliveira, para fraudar os documentos. As duas dividiam os valores da pensão militar. Foi a própria avó, no entanto, quem denunciou a irregularidade ao Exército em 2021. Conceição estava insatisfeita pois cobrava o pagamento de R$ 8 mil da neta. A avó, porém, morreu pouco depois de delatar a neta e não chegou a responder criminalmente pelo caso.

Ana Lucia Galache, por sua vez, foi condenada pela justiça militar em fevereiro de 2023 a três anos e três meses de prisão.

Já na última quarta-feira (2/10), o Tribunal de Contas da União (TCU) a condenou a devolver os R$ 3 milhões recebidos em pensão por se apresentar falsamente como filha solteira. Além disso, deverá pagar multa de R$ 1 milhão e não poderá exercer cargo em comissão ou função de confiança por 8 anos.

Na certidão falsa, Ana Lucia Galache tinha o nome de Ana Lucia Zarate e se dizia filha do ex-combatente Vicente Zarate, da Força Expedicionária Brasileira (FEB). O militar, na realidade, era tio-avô dela, e não pai.
 
Vicente Zarate não deixou filhos e, por isso, a pensão cessaria com a morte dele. Por mês, Ana Lucia ganhava R$ 4.952,22.
 
Ao ser interrogada em juízo, Ana Lucia Galache admitiu o crime. “Conforme ainda se extrai do seu interrogatório, a acusada nem sequer conviveu com o Sr. Vicente Zarate, mas sim foi criada e educada pelos seus pais biológicos. Tratava Vicente como tio-avô e seus pais biológicos como pais, ou seja, os laços biológicos e socioafetivos eram idênticos. E no meio social utilizava o nome registrado pelos seus pais biológicos, exceto para tratar de questões relacionadas à pensão militar, quando, então, convenientemente usava o nome, filiação e respectiva documentação falsa”, diz trecho da sentença do juiz Luciano Coca Gonçalves, do tribunal militar.

“Portanto, pelo próprio interrogatório da acusada, fica evidente que ela sabia da irregularidade da percepção da pensão militar, pois tinha plena consciência de que somente recebeu o benefício porque falsamente se apresentava como filha do Sr. Vicente Zarate, utilizando-se ainda de documentação falsa perante a Administração Militar para que o benefício não fosse cancelado ou extinto”, prossegue.

Fonte: Aliados Brasil Notícias

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