O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a Selic inalterada em 10,50% ao ano, em uma decisão unânime divulgada nesta quarta-feira (21). Este é o segundo encontro consecutivo em que a taxa é mantida nesse nível, após sete cortes seguidos de 0,50 ponto percentual.
A decisão de interromper o ciclo de redução dos juros, que havia começado em agosto do ano passado, foi atribuída pelo Copom ao cenário global incerto, à resiliência da economia doméstica e ao aumento das expectativas de inflação. Em julho do ano passado, a Selic estava em 13,75% ao ano, e o Banco Central iniciou um ciclo de cortes que foi interrompido na reunião anterior, em junho.
Embora a Selic esteja atualmente no menor nível desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,25% ao ano, o Banco Central reiterou que as condições fiscais continuam a influenciar suas decisões. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem estabelecido a meta de déficit zero para este ano e para 2025, mas há preocupações no mercado sobre a viabilidade dessa meta.
O comunicado do Copom destaca: “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.”
Além disso, o Copom mencionou as incertezas externas e o aquecimento do mercado de trabalho no Brasil. Em sua declaração, o Comitê ressaltou que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta”.
“O Comitê se manterá vigilante e relembra que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, concluiu o comunicado.
O Copom, presidido por Roberto Campos Neto e composto por oito diretores, sendo quatro indicados pelo presidente Lula, utiliza a Selic como principal ferramenta para controlar a inflação. A taxa influencia diretamente os juros de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras no país.
Fonte: Gazeta Brasil