A estação do inverno propicia aumento de internações por infarto. É o que constata o Observatório de Saúde Cardiovascular do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com informações do Datasus, do Ministério da Saúde, no período entre 2008 e 2023.
Esse aumento alcança até 12%, no Brasil, em pessoas que apresentam fatores de risco. E, a nível mundial, o índice chega a 30%. Alguns aspectos fisiopatológicos colaboram para o aumento de infartos nessa época do ano.
“Uma das situações é os vasos sanguíneos se contraem em resposta ao frio. Com isso, em alguns casos, pode ter aumento da pressão arterial e isso acaba criando uma resistência ao bombeamento de sangue do coração, o que pode sobrecarregar um pouco o órgão”, explicou, à Agência Brasil, a diretora do INC, doutora Aurora Issa.
O número de internações por infecções respiratórias, que aumenta no inverno, também é um fator contribuinte. “A infecção respiratória tem potencial de, nos pacientes que têm placa de gordura nas artérias coronárias, principal substrato para a ocorrência de infarto, instabilizar as placas e formar trombos”, afirma a especialista.
No caso, o trombo impede a passagem do sangue no vaso sanguíneo. Isso acontece com frequência significativa em pacientes com infecção respiratória no inverno.
Prevenção no frio
O cardiologista Flávio Cure afirma que pessoas com maior propensão a doenças cardiovasculares, como cardiopatas, idosos e portadores de outras doenças crônicas, devem adotar medidas preventivas ao infarto no inverno.
“Quando está frio, para manter a temperatura, o organismo diminui o calibre dos vasos e libera adrenalina, então o coração trabalha mais”. Ele recomenda que as pessoas controlem a pressão, o peso, a glicose e o colesterol. “Devem tentar manter os fatores de risco sob controle.”
Outra coisa é que no frio, costuma-se beber menos água, o que faz o sangue ficar mais espesso. Daí, recomenda-se que se beba uma maior quantidade de líquidos nessa época do ano.
Sintomas
De acordo com a doutora Aurora Issa, o infarto tem um sintoma clássico: a dor no peito prolongada. “Em geral, uma dor que o paciente não está acostumado e que não passa com medicações usuais. O mais frequente é a dor no peito prolongada, que pode irradiar para o braço esquerdo”, alerta a doutora Aurora Issa.
Além do sintoma clássico, entre os indicadores de um infarto destacam-se:
Desconforto;
Falta de ar;
E cansaço.
Recomendação
A recomendação para quem suspeita de um infarto é procurar imediatamente o serviço médico. “Quanto mais tempo a pessoa que está infartando demora para receber assistência, mais vai perdendo músculo cardíaco”, explica Aurora.
“O atendimento tem que ser rápido para a desobstrução da artéria, o que pode ser feito por meio de medicação ou do procedimento de angioplastia”, conclui a doutora.
* Com informações da Agência Brasil e Rádio Itatiaia