A Argentina vai às urnas neste domingo (22) para eleger um novo presidente em eleições sem precedentes na história recente do país. O surgimento do libertário Javier Milei, o candidato mais votado na PASO de agosto, rompeu com a polarização que dominou a política local na última década. No total, 5 perfis presidenciais estão disputando a eleição.
Milei aposta em vitória no primeiro turno
O candidato do La Libertad Avanza aposta em seu discurso “anticasta” para vencer no primeiro turno, sem ter que passar por uma eventual votação no dia 19 de novembro. Para isso, ele precisa de pelo menos 10 pontos a mais do que os votos que obteve em 13 de agosto (29,8%), superando a barreira dos 40 pontos e ficando 10 pontos à frente do segundo colocado.
Massa busca revalidar a experiência da Frente de Todos
Sergio Massa busca revalidar a experiência da Frente de Todos, agora sob a égide da União por la Patria, que reúne, mais uma vez, quase todas as variantes do peronismo. O ministro da Economia foi o segundo candidato mais votado nas primárias (21%), a nível individual, mas a frente eleitoral (27,2%) ficou em terceiro lugar, atrás do Juntos por el Cambio (JxC) (28%).
Bullrich tenta fazer com que JxC retorne ao poder
Patricia Bullrich tenta fazer com que o JxC retorne ao poder após a derrota de Mauricio Macri em 2019. Com discurso anti-Kirchnerista, a ex-ministra da Segurança, acompanhada de Luis Petri, de Mendoza, busca destacar a musculatura política que a coalizão de oposição irá expor desde dezembro, após garantir o controle de 10 províncias.
Participação eleitoral é uma incógnita
Uma das variáveis que pode definir a eleição gira em torno da participação, que nas primárias (69%) marcou o nível mais baixo desde o retorno da democracia. Em agosto, votaram menos 10 milhões do que o total de 35 milhões elegíveis no registro. De todos os setores, espera-se um aumento da participação, como em cada transição das primárias para as gerais.
Eleição reflete novo momento político
A eleição reflete um novo momento político sem a influência que Cristina Kirchner e Mauricio Macri souberam marcar nos últimos 15 anos.
Legado de Cristina Kirchner e Mauricio Macri
O legado do vice-presidente está dividido entre o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, que buscará sua reeleição e a partir daí alavancará a vitória de Massa, e seu filho Máximo Kirchner, primeiro candidato a deputado nacional, que com os olhos postos nas prefeituras disputa La Cámpora (Lanús, Quilmes e Hurlingham).
O fundador do PRO, por outro lado, não apenas influenciou Bullrich dentro do JxC, de onde também reivindicaram suas supostas piscadelas para Milei; também conseguiu impulsionar a candidatura do primo Jorge Macri, na Cidade.
Mudanças no Congresso
As eleições não afetarão apenas a futura liderança de cada uma das coligações, cujo futuro é incerto. Elas também mudarão o equilíbrio de poder no Congresso. Neste domingo, são renovados um terço da Câmara Alta (28 senadores de 8 províncias) e metade da Câmara dos Deputados (130 legisladores). Além disso, serão eleitos 19 parlamentares do Mercosul (Parlasul), para o distrito nacional, e 1 para cada jurisdição.
Fonte: Gazeta Brasil