O desvio de mais da metade de uma carga de 500 kg de cocaína, apreendida por agentes da 25ª DP (Engenho Novo) em 15 de dezembro de 2020, desencadeou duas operações da Polícia Federal investigando o possível envolvimento de agentes da Polícia Civil e de um delegado no tráfico de drogas: as operações Turfe e Déjà Vu. Mensagens reveladas pelo RJTV mostram o traficante Leonardo Serro dos Santos, conhecido como Jonny, que alega ser o proprietário da carga, expressando indignação com o desvio da droga pelos policiais: “Roubaram 280. Bando de ladrão. Mas eles não sabem com quem estão lidando”, escreveu ele a um cúmplice.
Conforme informações obtidas pela PF, a quadrilha planejava enviar 500 kg de cocaína para a Itália em 16 malas, utilizando contêineres no porto como meio de transporte. No entanto, a ação foi frustrada graças à intervenção policial.
Na última sexta-feira (20), a PF realizou buscas nas residências de quatro policiais civis suspeitos de envolvimento no caso, incluindo o delegado Renato dos Santos Mariano. A suspeita é que esses agentes tenham interceptado o caminhão que transportava a droga na Avenida Brasil, próximo ao Complexo da Maré.
Os policiais não perceberam que estavam sendo seguidos por um motociclista ligado aos traficantes, que atuava como batedor da carga até o porto. Quando o caminhão foi estacionado na 25ª DP (Engenho Novo), o motociclista enviou uma foto do veículo para Jonny.
Entretanto, surpreendentemente, os policiais civis entregaram apenas nove malas com parte da droga apreendida, levantando suspeitas de possível corrupção dentro da Polícia Civil.
A partir desse ponto, a equipe da Polícia Civil passou a ser investigada pela PF. Além do delegado Renato dos Santos Mariano, outros três policiais estão sob investigação: Hugo de Novaes Almeida, Ricardo Mendes Floriano da Silva e Cláudio José Silveira.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 5 milhões em bens do grupo, alegando que esse seria o valor arrecadado pelos policiais com a venda da droga. Além disso, os agentes foram obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas até o final das investigações.
Durante as buscas nas residências dos policiais, foram apreendidos três carros, duas motos, R$ 70 mil em dinheiro, telefones celulares e documentos que podem servir como provas na investigação.
A PF continua a trabalhar no caso, com o objetivo de identificar todos os envolvidos no esquema de tráfico de drogas e assegurar que a justiça seja feita.
Fonte: Gazeta Brasil