O horário foi meio ingrato, mas a participação do povo fez a diferença na inauguração do busto do artista popular negro Vitalino Duarte.
Marcada para acontecer às 10h de uma manhã de domingo de sol forte, em local de pouca sombra na praça Félix Martins, a cerimônia teve pouca cerimônia e muita espontaneidade. Pessoas de todas as classes sociais compareceram.
O prefeito Pedro Augusto e esposa Márcia, o vice-prefeito Totonho Pimentel, vereadores, secretários municipais, representantes de entidades, grupos culturais, e artistas participaram da homenagem ao lendário carnavalesco.
A família de Vitalino esteve representada pelos sobrinhos Marcio José dos Santos “Pernilongo, Beatriz Fátima "Bia" Santos, Mauro dos Santos, João Gonçalves, Fátima Gonçalves, Terezinha Gonçalves e José Gonçalves.
A convite da Prefeitura a bateria do Corujão da Madrugada do distrito de Tebas se apresentou, assim como ritmistas do Pirineus e Fajardo & Cia sob comando do Mestre Beto. Estes últimos, acompanhados por mim, Luciano, caracterizado de palhaço com megafone, como fez por cinco décadas Mestre Vitalino.
A princípio, o convite era para que eu levasse o boneco gigante que fiz de Vitalino, mas este estava danificado. Por problemas de saúde, não pude reformá-lo, no entanto, na última sexta-feira, 18/11 tive a ideia da fantasia. Tudo corrido de última hora, mas deu certo.
Wandercy Gama Andrade, o “Tequila”, interpretou o samba da Unidos dos Pirineus de 2009 “Leopoldina Sua Gente, Sua Música” (Ricardo e Dilson Ribeiro) que entre outros homenageia Vitalino.
Após as apresentações teve início os discursos. Falaram o prefeito Pedro Augusto, o secretário de cultura Alexandre Carlos Moreira, o presidente da Câmara Municipal José Augusto Cabral. Também fizeram rápido uso da palavra, Márcio Pernilongo e Cida Santos Andrade. Todos exaltando o homenageado e o Dia da Consciência Negra. Logo em seguida houve a inauguração do busto e descerramento da placa que o acompanha no pedestal.Vitalino é o primeiro negro a ter uma homenagem do tipo em Leopoldina. A cidade tem uma história muito marcada pela escravidão e a discriminação racial. Nesta mesma praça, em décadas passadas havia um apartheid meio velado, em que negros, pobres e brancos ricos tinham lugares delimitados e não se misturavam.
Logo após a cerimônia, Gisele teles, acompanhada de Amaury Silva Santos ao cavaquinho, ambos representantes do Grupo de Dança Pérola Negra, junto com ritmistas presentes interpretaram “Canto das Três Raças” (Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), sucesso na voz de Clara Nunes. Era nítida a emoção das pessoas presentes, algumas chegando às lágrimas.
Ao final, todos seguiram como num desfile carnavalesco na contramão da rua Barão de Cotegipe em direção ao Clube dos Cutubas que já com programação para a noite do 20 de novembro, viu seu salão ser tomado de gente, batucada e apresentação da cantora Janaina Gentil pela tarde de domingo.
Clique e saiba mais sobre Vitalino Duarte e a confecção do busto
Fotos de Keilla da Cruz, Carolina Mendonça Toledo, Wagno Rocha Antunes, Elizabeth Faria e Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Leopoldina
Fonte: Jornal Leopoldinense
