'Dinheiro em caixa é bom se transformado em obras', diz Lula a empresários de transportes
DIVERSOS
Publicado em 29/07/2022

 

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sinalizou nesta quinta-feira (28) que, se for eleito, vai aumentar o investimento em obras de infraestrutura. Em evento com empresários do setor de transportes, Lula declarou que dinheiro em caixa "é bom" quando transformado em obras.

O ex-presidente afirmou que o Brasil tem dinheiro suficiente para tais investimentos, mas "burocratas e tesoureiros" têm o "hábito de sentar em cima do dinheiro e dizer que não tem dinheiro para nada". Segundo Lula, se for investido, esse dinheiro tem potencial para impulsionar a geração de empregos.

"O dinheiro, o Tesouro tem dinheiro. Acontece que burocrata, tesoureiro – pode ser de clube de futebol, de sindicato ou da associação de catadores de lagartixas –, o tesoureiro tem o hábito de sentar em cima do dinheiro e dizer que não tem dinheiro para nada. Ele adora dizer que tem dinheiro em caixa, e, para mim, dinheiro em caixa é bom transformado em rodovia, ferrovia, em portos, aeroportos, transformado em empregos. É isso que é caixa bom", afirmou.

Lula discursou nesta quinta em um fórum criado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) para debater as ideias dos candidatos à presidência da República. Ao lado do candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), Lula recebeu um documento da CNT com sugestões de políticas públicas para o setor de transporte e logística.

A agenda pede, entre outros pontos, uma reforma tributária "integral", com redução dos impostos sobre os transportes; tornar "permanente" a política de desoneração da folha de pagamentos; e a criação de um programa nacional de eficiência energética orientado para o transporte rodoviário de carga.

Outra proposta defendida pela entidade é a revisão da política de preços da Petrobras. Segundo o documento, seria necessária uma política de preço de combustíveis "adequada à realidade econômica e social do país".

 

Brasil como 'solução' internacional

 

 

No mesmo discurso, o ex-presidente afirmou que o Brasil deve aproveitar crises internacionais para se colocar como "solução" e ampliar suas relações comerciais.

"Nós temos, inclusive, que tirar proveito das chamadas crises internacionais, para que a gente coloque o Brasil como solução pra quem tá em crise. A China está em crise com os EUA? Vamos nos colocar à disposição da China, pra enfrentar os Estados Unidos. Os Estados Unidos estão em crise, vamos nos colocar ao lado dos Estados Unidos para enfrentar a China. Ou seja, o Brasil tem que tirar proveito do seu potencial. O Brasil tem que tirar proveito de ser um país que não tem contencioso internacional. Para que a gente produza e escoe essa produção", declarou o petista.

Lula também afirmou que poderia "ficar tirando proveito dos louros que a sociedade brasileira" deu a ele e não precisaria se candidatar novamente à Presidência, mas que se colocou na disputa porque o Brasil regrediu.

O candidato acrescentou que pretende, ao lado de Geraldo Alckmin, fazer mais em quatro anos do que poderia ser feito em "10, 15, 20 anos".

"Nós não temos muito tempo. Eu não precisaria estar voltando a ser candidato a presidente da República.[...] Eu, então, poderia ficar tirando proveito dos louros que a sociedade brasileira me deu, mas eu não posso compreender como que esse país continua pequeno no século 21. Como é que esse país deixa de crescer e regride, um país que era a menina dos olhos de todo o planeta Terra", declarou.

No discurso, Lula classificou a reforma tributária como "complexa" e levantou a possibilidade de promover mudanças no sistema de forma fatiada, dando ênfase ao que chamou de "pontos cruciais".

Coordenador do programa de governo da candidatura de Lula, o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante disse que investimentos em logística e infraestrutura serão prioridades de investimento público em um eventual terceiro mandato de Lula e lembrou do Programa de Aceleração do Crescimento dos governos petistas.

Mercadante acrescentou que é necessário "repensar" o papel da Petrobras na oferta de combustíveis no país. Em outro momento, o ex-ministro vinculou a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, uma demanda do setor de transportes, à realização de uma reforma tributária.

 

 

Fonte: G-1

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