Com o prazo final para liberação de verbas em ano eleitoral se aproximando, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), dinamizou as articulações para atender aos beneficiários das emendas de relator no orçamento, o chamado "orçamento secreto".
Segundo reportagem do jornalista André Shalders, no Estado de S. Paulo, Lira abriu uma sala no segundo pavimento da Câmara com uma equipe destinada a atender pedidos de emendas parlamentares às vésperas do fechamento do prazo. Essa equipe trabalha no número 135 da ala B do Anexo II.
O jornalista aponta que o local tem estado movimentado nos últimos dias, com filas na porta.
A comandante do orçamento secreto é Mariângela Fialek, conhecida como Tuca. Ela já trabalhou com o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), atuou na Secretaria de Governo da Presidência da República durante o governo Michel Temer (MDB) e trabalhava no Ministério do Desenvolvimento Regional, na gestão do ex-ministro Rogério Marinho.
Falta de transparência e base governista beneficiada
Além da falta de transparência em torno do orçamento secreto que, essas emendas de relator são feitas a partir de acertos informais entre parlamentares e o governo federal. Esse procedimento é diferente das emendas individuais, que segue critérios específicos e são divididas de forma equilibrada entre todos os parlamentares.
Como o destino do orçamento secreto se dá a partir desses acordos informais, a maior parte da verba vai para os partidos da base de apoio do governo. Levantamento feito pelo O Globo revela que os cinco partidos mais beneficiados pelo orçamento secreto são: PP, PL, PSD, União Brasil e Republicanos. Apenas estas legendas destinaram cerca de R$ 8,4 bilhões.
O valor destinado por estes cinco partidos representa mais de 75% dos R$ 11 bilhões que constam nos documentos entregues ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Revista Fórum