Um posto da capital acreana ofereceu desconto para zerar o estoque antes do reajuste. Alguns motoristas aproveitaram para encher o tanque antes do novo preço.
Francisco Pereira de Souza, operador de máquina, disse que usa o carro apenas para ir ao trabalho e gasta em média R$ 100 por semana. Ele lamenta o novo aumento.
“Cada dia que passa a gente vê a gasolina aumentando. Eles dão uma trégua de uma semana, duas, mas depois aumentam de novo. Acho isso um absurdo. Nosso país, não tem um político que nos ajude a combater esse aumento. É muito difícil. A gente aproveita que baixou um pouquinho e coloca um pouco pra ir ao trabalho até que chegue o novo reajuste, daqui uns não vai dar mais pra usar o veículo”, pontuou.
Conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), o preço médio da gasolina comum praticado em Rio Branco é de R$ 6,891, podendo chegar a R$ 7,299. Já o preço médio do diesel é de R$ 6,314. O gás R$ 117, 433.
Mas vários postos na capital e interior já reajustaram o preço do combustível. Em Cruzeiro do Sul, a gasolina aumentou para R$ 8,29.
'Não tem pra onde correr'
O montador de móveis e comerciante, Raimundo André, é morador de Rio Branco e diz que a situação é complicada e que o consumidor sofre a cada reajuste.
“Com certeza [complicado], desse jeito a gente não sabe o que fazer. A gente precisa se locomover e é uma surpresa porque já ganhamos pouco e botar gasolina para fazer os nossos trabalhos. Cheguei aqui e não saboia, mas fiquei passado, a gente sofre. Tanquear antes do aumento”, lamenta.
A reação dos consumidores acaba sendo praticamente a mesma, a de susto, como descreve o decorador Marcel Blazute.
"Vi na quarta [9], os rumores e é mais um susto. Para a gente que trabalha muito com o carro acaba que pesa no orçamento. Não tem estratégia porque nem o ar-condicionado pode desligar, então não tem muito para onde correr”, ressalta.
Segundo a Petrobras, os reajustes foram necessários para garantir o abastecimento nacional e também por causa do cenário mundial.
"Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras," justificou a estatal, acrescentando que decidiu não repassar de imediato a volatilidade decorrente da guerra na Ucrânia.
O Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) informa que os reajustes anunciados pela Petrobras ocorrem primeiro nas refinarias. Ainda não é possível saber se esses novos valores serão repassados para as distribuidoras e qual percentual de reajuste. Neste caso, somente com a compra de novos estoques será possível saber de que forma isso vai impactar no preço final para o consumidor.
Fonte: G-1 Acre / Colaborou Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.