De olho nos preços da energia elétrica e dos serviços, o presidente do BC afirmou que a instituição tem os instrumentos necessários para trazer a inflação para a meta central no chamado "horizonte relevante" (de seis a 18 meses). E repetiu que a instituição vai "fazer o que for necessário" para isso.
O principal instrumento do Banco Central para conter a alta de preços é a taxa básica de juros, que é definida com base no sistema de metas de inflação. Normalmente, quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic, e a reduz quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas predeterminadas.
Neste momento, o BC já está mirando da meta do ano que vem, que é de de 3,50%, podendo ficar entre o intervalo de 2% a 5% sem que seja oficialmente descumprida. O mercado financeiro estima uma inflação de 3,95% para 2022, mas essa previsão pode subir com a alta nas taxas extras da energia elétrica.
Por conta disso, os economistas preveem novas altas no juro básico da economia, a taxa Selic, pelo Banco Central nos próximos meses. Para eles, a taxa pode passar dos atuais 5,25% ao ano para mais de 7,5% ao ano no fechamento de 2021.
"A gente tem falado bastante sobre os sucessivos choques [inflacionários, como alimentos, combustíveis e energia] e como isso tem se disseminado na cadeia de inflação, com uma persistência que tem sido um pouco maior. Tem gerado uma inércia [tendência de a inflação seguir alta] recente. O Banco Central precisa combater isso. É isso que a gente tem feito", acrescentou Campos Neto.
Fonte: G-1