Um terremoto levemente maior que o ocorrido em 2010, de magnitude 7,0 — diferença de 0,2 na Escala Richter —, que deixou cerca de 300 mil mortos e 1,5 milhão de pessoas desabrigadas. A expectativa é que o tremor atual não tenha o mesmo impacto do de 2010, que teve seu epicentro muito mais próximo de Porto Príncipe, a parte mais povoada do Haiti, a uma distância de apenas 25 km.
Ainda assim, imagens que circulam em redes sociais mostram prédios, fachadas e marquises caídas em partes do país. Há relatos de destruição em ao menos duas cidades.
Crise política e humanitária
O terremoto atinge o Haiti em um momento de forte crise política, que é anterior até mesmo ao assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho deste ano.
Moïse dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
Após o assassinato do presidente por um grupo de mercenários, um governo interino assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.
A nação mais pobre das Américas tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado.
Nos últimos meses, o Haiti enfrentava também uma crescente crise humanitária, com escassez de alimentos e aumento nas taxas de violência.
O PIB per capita do país é de US$ 1,6 mil por ano (cerca de R$ 8,5 mil), e cerca de 60% da população vive com menos de US$ 2 por dia (pouco mais de R$ 10).
O Haiti tem 11,3 milhões de habitantes, faz fronteira com a República Dominicana na ilha Hispaniola, no Caribe, e tem um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo: 0,51.
Colonizado em 1492, após a chegada de Cristóvão Colombo à América, o Haiti foi o primeiro país do continente a conquistar a sua independência e a primeira república a ser liderada por negros, quando derrubou o domínio francês no começo do século XIX.
Fonte: G-1