Medalhas das Olimpíadas de Tóquio foram feitas com partes de celulares e computadores reciclados
DIVERSOS
Publicado em 14/07/2021

 

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio terão 100% de suas medalhas fabricadas com metais reaproveitados do lixo eletrônico.

Dispositivos como celulares e computadores foram desmontados no Japão reutilizar ouro, prata e bronze, presentes em componentes como as placas de circuito.

Smartphones e PCs possuem pequenas quantidades dos metais utilizados nas medalhas em suas placas-mães, que são a base para conectar outros itens, por exemplo.

Para conseguir fazer aproximadamente 5.000 medalhas para os Jogos, a organização do evento precisou recolher uma quantidade enorme de lixo eletrônico.

Foram mais de 6 milhões de telefones celulares usados e mais de 78 toneladas de computadores, tablets, monitores e outros aparelhos antigos ou quebrados.

Isso porque a quantidade de metal presente em um único aparelho é muito pequena, como explica Tereza Cristina Carvalho, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e pesquisadora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

"É uma quantidade muito pequena de ouro e de cobre [nos aparelhos]. Esse volume vem diminuindo gradativamente com o avanço da tecnologia porque os metais são recursos não renováveis. Então, as empresas vêm desenvolvendo tecnologia para fazer as conexões com a quantidade cada vez menor deles", disse ao G1.

As medalhas pesam praticamente meio quilo, mas a composição de cada uma varia:

 

  • as de ouro são feitas com 550 gramas de prata reciclada coberta por 6 gramas de ouro, também reciclado;
  • as de prata são produzidas 550 gramas do próprio material;
  • as de bronze possuem 450 gramas de bronze vermelho.
  • As coletas foram realizadas nas lojas da NTT DoCoMo, principal operadora de celular país. Além disso, mais de 90% das autoridades municipais em todo o país (um total de 1.621) atuaram como pontos de entrega de dispositivos eletrônicos.

    Os dispositivos foram recolhidos entre abril de 2017 e março de 2019 em mais de 18.000 locais espalhados pelo Japão.

    No total, foram extraídos a partir do lixo eletrônico:

     

    • 32 quilos de ouro;
    • 3.500 quilos de prata;
    • 2.200 quilos de bronze.
    • Como funciona a reciclagem eletrônica?

       

      O processo de aproveitamento não é simples, segundo a engenheira do IEEE, já que as placas de circuito impresso são feitas de sílica e outros materiais.

      "Existe uma técnica de transformar aquilo em pó, triturando a placa. Depois, por meio de decantação [método de separação de misturas heterogêneas] é possível separar os metais. Mas não é uma coisa fácil", disse ela.

      Após essa separação, os metais são levados para fornalhas que os derretem para ganharem novos moldes e usos.

      Antes de tudo isso, porém, é preciso desmontar os aparelhos eletrônicos. E tudo é feito de forma manual, já que computadores, celulares e outros dispositivos não possuem projetos padronizados.

      Fonte: G-1

Comentários
Comentário enviado com sucesso!