O presidente sírio Bashar al-Assad teria embarcado em um avião e deixado Damasco rumo a um destino desconhecido neste domingo, conforme revelaram dois oficiais militares à Reuters. A fuga ocorre em meio a uma rápida ofensiva rebelde que já tomou áreas estratégicas do país, incluindo a cidade de Homs, após intensos confrontos de apenas um dia.
De acordo com os rebeldes, que declararam ter entrado na capital síria sem resistência do exército, eles estão celebrando com o povo sírio a “libertação dos prisioneiros” e o “fim da era da injustiça na prisão de Sednaya”. Sednaya é uma grande prisão militar nos arredores de Damasco, onde milhares de opositores ao regime foram detidos durante o governo de Assad.
A captura de Homs, um dos maiores centros urbanos da Síria, representou um golpe devastador para o regime de Assad. A cidade, que se encontrava sob cerco durante anos, foi tomada pelos rebeldes, o que lhes dá controle sobre o coração estratégico da Síria e um importante ponto de interseção de rodovias. Isso corta a capital, Damasco, da região costeira, um reduto da seita alauíta de Assad e onde os aliados russos mantêm bases militares.
A queda de Homs é vista como um marco simbólico para o movimento rebelde, que sofreu grandes derrotas nos últimos anos, mas que agora parece estar em um retorno impressionante. O comandante dos rebeldes de Hayat Tahrir al-Sham, Abu Mohammed al-Golani, comemorou a captura da cidade como um “momento histórico” e pediu que os combatentes poupassem aqueles que se rendessem.
Em Damasco, os protestos contra o regime de Assad se intensificaram, com moradores de diversos bairros saindo às ruas para protestar contra o governo. Apesar da presença das forças de segurança, que não conseguiram reprimir as manifestações, os protestos cresceram ao longo da noite. Em um dos subúrbios, uma estátua do pai de Assad, o falecido presidente Hafez al-Assad, foi derrubada e destruída.
Enquanto isso, os rebeldes seguiram avançando para a área rural ao redor de Damasco. O comandante rebelde Hassan Abdul Ghani afirmou que as operações continuam para “libertar completamente” a região, enquanto as forças rebeldes se aproximam ainda mais da capital.
Em resposta, o exército sírio anunciou que estava reforçando suas posições ao redor de Damasco, e a televisão estatal informou que Assad ainda se encontrava na cidade. No entanto, a fuga de Assad e a perda de territórios-chave indicam um colapso iminente do regime após mais de 20 anos de domínio.
Fonte: Gazeta Brasil
