Queda no Uso de Preservativos entre Jovens Preocupa OMS
INTERNACIONAL
Publicado em 02/09/2024

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre um “declínio alarmante” no uso de preservativos entre adolescentes, o que pode levar a uma série de consequências, incluindo aumento nas taxas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e maiores custos para a saúde pública.

 

Um estudo recente revelou que quase um terço dos adolescentes de 15 anos (30%) relataram não ter usado preservativo ou pílula anticoncepcional na última vez em que foram sexualmente ativos. Quando utilizaram algum método contraceptivo, era mais provável que optassem pela pílula em vez do preservativo.

O uso de preservativos entre adolescentes sexualmente ativos caiu significativamente na última década. Os adolescentes de famílias com menor poder aquisitivo foram mais propensos a não usar preservativo.

Entre as meninas, o uso de preservativos foi mais baixo na Albânia (24%) e mais alto na Sérvia (81%). Entre os meninos, a menor taxa foi registrada na Suécia (43%), enquanto a maior foi na Suíça (77%).

No entanto, os especialistas alertaram que a tendência “preocupante” de sexo desprotegido entre os adolescentes pesquisados parece ser uma questão “generalizada” em toda a Europa. Isso colocou um número preocupante de jovens em risco significativo de contrair ISTs e enfrentar gravidezes não planejadas.

O problema provavelmente terá “consequências de longo alcance”, incluindo um aumento de gravidezes indesejadas, abortos inseguros e um maior risco de contrair ISTs em todo o continente.

“Embora os resultados do relatório sejam desanimadores, eles não são surpreendentes”, afirmou o Dr. Hans Henri P. Kluge, Diretor Regional da OMS para a Europa, em um comunicado.

Os especialistas explicaram que a falta de educação sexual e de acesso a métodos contraceptivos, juntamente com um esforço deliberado para bloquear a educação sexual, contribuíram para essa preocupante crise de saúde.

“A educação sexual abrangente, apropriada para cada idade, continua sendo negligenciada em muitos países, e onde está disponível, tem sido cada vez mais atacada nos últimos anos, sob a falsa premissa de que encoraja o comportamento sexual. A verdade é que equipar os jovens com o conhecimento certo no momento certo leva a resultados de saúde ótimos, ligados a comportamentos e escolhas responsáveis”, disse o Dr. Kluge.

A OMS emitiu o alerta recente destacando a “necessidade urgente” de abordar a situação. “Precisamos de uma ação imediata e sustentada, apoiada por dados e evidências, para interromper essa cascata de resultados negativos, incluindo a probabilidade de taxas mais altas de ISTs, aumento nos custos de saúde e – não menos importante – a interrupção da educação e das trajetórias de carreira dos jovens que não recebem a informação e o apoio necessários no momento adequado”, alertou o Dr. Kluge.

“Em última análise, o que buscamos para os jovens é uma base sólida para a vida e o amor.”

Mas esse não é um problema restrito à Europa. Autoridades de saúde nos EUA têm alertado que o aumento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) potencialmente fatais está “fora de controle”, à medida que pessoas de todas as idades estão deixando de usar preservativos.

Fonte: Gazeta Brasil

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