O atendimento à pessoas com doenças respiratórias disparou 18% em Belo Horizonte, entre fevereiro e março desde ano. Dados parciais da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), divulgados nesta quinta-feira (4 de abril), mostram que mais de 27 mil pacientes buscaram socorro nas unidades de saúde da capital entre os dias 1º e 30 de março. Em fevereiro, pouco mais de 23 mil pessoas foram atendidas na cidade. Conforme especialistas, a tendência é que os casos aumentem nos próximos meses com a intensificação do período seco típico do outono, marcado por baixas temperaturas e umidade do ar.
A maior parte dos atendimentos foram registrados nos centros de saúde da capital. Em fevereiro foram realizados cerca de 16 mil atendimentos a pessoas com sintomas de doenças respiratórias nas unidades. Já em março foram aproximadamente 21 mil atendimentos realizados nesses locais. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), os atendimentos por doenças respiratórias no mês de fevereiro foram 7.120. Em março os dados ainda estão sendo levantados. Mas os números preliminares apontam que 6.285 registros foram somados até 30 de março.
Questionada, a Prefeitura de BH explicou que o aumento é típico do período sazonal, que acontece normalmente entre março e junho, durante o outono - tipicamente marcado por baixas temperaturas e clima seco. A administração municipal garante ainda que monitora diariamente o cenário epidemiológico e assistencial da cidade e trabalha para garantir todo o cuidado necessário à população.
A meteorologia alerta, no entanto, que o tempo seco deve atingir níveis mais críticos apenas em maio, o que pode potencializar a incidência maior de doenças respiratórias. “Em abril ainda teremos chuvas de formas isoladas. A partir de maio é esperado a redução das chuvas e o aumento da baixa umidade do ar. Isso (tempo seco) associado ao aumento das partículas poluentes, aumento do frio e diminuição de chuva contribuem para agravar as doenças respiratórias”, explica o meteorologista Claudemir Azevedo, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O infectologista Leandro Curi alerta que o período seco pode aumentar a procura por atendimento médico para doenças como bronquite, sinusite, rinite alérgica e pneumonia. “Isso ocorre porque com a estação seca e o frio costumamos nos hidratar menos. Com isso, temos também a secura das vias aéreas e maior facilidade de transmissão de vírus pelos ventos. As pessoas também ficam em locais mais fechados e a transmissão de vírus acontece com maior frequência”, explica.
Segundo o especialista, idosos, crianças e pessoas imunossuprimidas são as faixas etárias mais atingidas pelos vírus respiratórios. “Os primeiros a sentir os efeitos do tempo seco são as pessoas de extrema idade (idosos e crianças pequenas). Isso ocorre porque a imunidade não está configurada completamente ou está mais baixa, então a pessoa fica mais suscetível aos vírus”, explica.
Prevenção
O infectologista explica que hábitos simples podem ajudar a evitar os principais adoecimentos nesta época do ano. Entre os cuidados estão manter o ambiente bem ventilado, evitar contato com pessoas doentes, locais fechados e com aglomeração de pessoas, além de tomar água com frequência, especialmente nos dias de umidade mais baixa, são alguns deles.
O médico ressalta ainda a importância de manter o cartão de vacinas em dia. “Principalmente a imunização contra a Covid e a gripe Influenza, que é ofertada pelo SUS. É preciso estar atento ao calendário das vacinas”, reforça. Curi ainda reforça que em caso de sintomas respiratórios persistentes a dica é: procure o atendimento médico.
Fonte: Jornal O Tempo