Pastor que confessou assassinato de taxista em Muriaé é condenado a 29 anos de prisão
REGIÃO
Publicado em 24/02/2016

 

O homem que se auto-intitulava "apóstolo" evangélico envolvido no assassinado de um taxista da cidade de Miraí, em Muriaé, em meados de abril de 2015, foi condenado a 29 anos de prisão. A sentença foi proferida no último dia 15, após audiência realizada em Miraí.

O réu, que na data do crime tinha 39 anos, foi preso duas semanas após o crime, no dia 28 de abril, na cidade mineira de Caratinga - cerca de 180 km de Muriaé. Segundo a Polícia Civil (PC), em seu depoimento ele assumiu ter planejado e participado apenas do roubo de José Ari Moreira da Silva, 61 anos, acusando dois adolescentes pela morte da vítima.

Na época, o delegado responsável pelo caso, Eduardo de Freitas, informou em entrevista à Rádio Muriaé, que o único menor que confessou estar presente no momento assassinato afirmou que o taxista foi morto pelo pastor. Um dos jovens está foragido e o outro estaria em liberdade, morando aqui em Muriaé.

As investigações concluíram que o taxista foi contratado no fim da noite do dia 14 de abril (terça-feira) para trazer o pastor e dos dois menores a Muriaé, onde seu corpo foi encontrado enterrado, no bairro Alto do Castelo, quatro dias depois.

 

Relembre o caso

Segundo o que foi apurado pela polícia, na noite em que foi visto pela ultima vez - dia 14 de abril de 21015 -  José Ari foi contratado por três pessoas para uma corrida até Muriaé, e telefonou para a esposa avisando sobre a viagem. Desde então ninguém teve mais notícias suas.

Na manhã seguinte, quarta-feira (15), após denúncias anônimas via 190, policiais militares de Muriaé encontraram o táxi de José Ari - Fiat Siena prata -  trancado em uma área de despejo de desaterros, próximo a um curral, no bairro Alto do Castelo. Com a chegada da perícia e do delegado Rangel Martino, o carro teve um vidro quebrado e vestígios de sangue foram encontrados no porta malas.

Já na entra de um matagal, havia uma toalha com pertences da vítima, incluindo documentos, além de um cordão a duas pulseiras douradas, que de acordo com familiares, não pertenciam ao taxista. O material também estava sujo de sangue.

Ao longo da semana, a família de José Ari chegou a oferecer uma recompensa para quem repassasse informações concretas que levassem ao seu paradeiro.

Na manhã do dia 18 (sábado), o corpo de José Ari foi encontrado enterrado a cerca de 50 metros de distância de onde seu táxi foi localizado.

De acordo com as informações obtidas no local, junto a Polícia Civil e familiares do taxista, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde no dia anterior uma retroescavadeira foi utilizada, por inciativa conjunta da família com a polícia, para escavar e revirar a terra, como parte das ações feitas ao longo da semana à procura de José Ari.

Com o trabalho da “retro” uma pequena quantidade de terra ficou sobre o cadáver e, já na manhã deste sábado (18), parentes do taxista voltaram ao local e após sentirem um mal cheiro muito forte, conseguiram localizar o corpo.

O religioso foi preso no dia 28 e na tarde seguinte (29), foi apresentado pela Polícia Civil, na sede da 4ª Delegacia Regional, no bairro Safira, em Muriaé.

 

Depoimento do apóstolo

O delegado do caso confirmou que o acusado confessou, durante depoimento em Caratinga, ter planejado e participado apenas do crime de roubo e que José Ari teria sido morto pelos dois adolescentes de Muriaé, que também estariam envolvidos no caso e que foram ouvidos na última semana e apresentaram versões diferentes da apresentada pelo religioso:

“Ele coloca os dois jovens na cena do assassinato e os aponta como autores do mesmo, porém, o único menor que assumiu estar presente no local onde o taxista foi morto, alega que a vítima foi morta pelo suspeito preso ontem. Diante dessa e de outras contradições, vamos fazer uma acareação para confrontar essas informações”.

 

Possível morte por engano

Eduardo de Freitas esclareceu que, por tudo que já foi apurado, está descartada a possibilidade de o taxista ter sido capturado e morto por engano, como chegou a ser ventilado nos dias que sucederam a notícia do crime:

“Não encontramos nada que leve a essa conclusão. Tudo que foi levantado indica exatamente o contrário. O trio saiu de Muriaé e foi a Miraí com o crime planejado e a vítima muito bem definida”.

 

Motivação

Segundo o delegado, os suspeitos afirmam que o plano inicial era apenas roubar o táxi bem como dinheiro da vítima, porém, como José Ari conhecia o apóstolo, por este já ter residido em Miraí, ele teria reconhecido o religioso e por conta disso o suposto mentor do crime decidiu pela morte do motorista para não ser denunciado à polícia:

 

“Eles alegam que a motivação seria tão somente a subtração patrimonial e que a morte ocorreu em razão do fato de o suspeito ter sido reconhecido pela vítima”.

Fonte: Mídia Mineira

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